Efetivamente, ao longo dos tempos sucederam-se ampliações destas instalações, com mais espaço para albergar militares e os seus cavalos, tendo sempre as forças em prontidão. Nas proximidades do Quartel, ergueu-se o Palácio dos Governadores, no qual eles veraneavam, deixando Vila Rica (Ouro Preto) em razão do excelente clima de Cachoeira do Campo. Durante o Palácio, hohe desaparecido, foi o sítio de recreio, repouso e residência de férias da corte das Minas.
Em 1816, nas terras do núcleo colonial e nalguns edifícios, fizeram-se adaptações para acolher a Coudelaria Real de Cachoeira do Campo, que viria a ficar pronta em julho de 1819. Dom João VI destinou a essa Coudelaria parte dos cavalos que mandou trazer de Alter do Chão. Funcionava como um centro de criação e aprimoramento de cavalos de raça e era aqui que se criavam os cavalos para a tropa e os carros reais utilizados até na corte do Rio de Janeiro.
Mais tarde, já com Dom Pedro II, a população de Cachoeira do Campo pede que a propriedade tenha uma finalidade social mais relevante, pelo que o monarca acaba por desistir da coudelaria. Optando-se pela distribuição de terras a colonos, em 1889 é inaugurada a colónia agrícola D. Pedro II que, com o advento da República, recebeu o novo nome de Cesário Alvim, primeiro governador republicano de Minas Gerais. Contudo, o governo mandou suspender o processo e a propriedade ficou sem utilização.
Surge a ideia de convidar os salesianos para fundarem um estabelecimento agrícola, à semelhança dos que já tinham noutras regiões. Em 1893, as terras são-lhes oficialmente cedidas, com a contrapartida de recuperarem os edifícios, bastante degradados e invadidos pelo mato, e de ali instalarem uma escola agrícola. O padre salesiano Agostinho Crucifico Zanella foi o encarregado da reconstrução e a 24 de maio de 1896 era inaugurado o Colégio Dom Bosco. Destinada, inicialmente, a formar engenheiros agrícolas, foi a primeira casa salesiana de Minas. E aqui encontram-se relíquias como a primeira imagem de N. Sra. Auxiliadora a entrar em terra mineira, um grande relógio de sol situado no pátio interno, e a primeira serralharia hidráulica do Brasil, construída no início do século XX.
A partir de Cachoeira do Campo, os salesianos foram pioneiros da agricultura mecanizada em Minas, incentivando as autoridades locais a modernizarem os seus processos agrícolas. Nas décadas que se seguiram, a atividade educativa prosseguiu, cruzando-se depois com utilização religiosa do espaço por parte da comunidade salesiana. Já nos últimos tempos de ocupação, chegou também a albergar trabalhadores de empresas das redondezas.
Em maio de 2023, o grupo hoteleiro Vila Galé e o Governo de Minas Gerais oficializaram a concessão do espaço para abertura de um hotel em Ouro Preto, num investimento de R$ 80 milhões, que vai gerar 120 empregos permanentes diretos e 600 postos de trabalho indiretos.